Sabe aquelas situações que mal você começa a enfrentar e já sabe como terminam? Isso acontece porque o seu universo cognitivo é formado por um sem-número de experiências que vêm desde a infância e vão sofrendo sucessivos acrescentamentos ao longo dos anos, formando um complexo quadro de estímulo-resposta que, instintivamente, você vai aplicando ao seu dia-a-dia.
Isto se torna ainda mais aparente em situações de crise – principalmente no que diz respeito a questões emocionais, reações instintivas, sem análise prévia. O risco de deixar-se levar por essa vivência é grande. Às vezes, até dá certo... Na grande maioria dos casos, porém, o que acontece é que o profissional coloca o cenário real em segundo plano e se baseia em suas próprias certezas. Uma aplicação do “já vi esse filme e sei como termina”...
A experiência profissional traz, realmente, uma bagagem riquíssima e que não pode nunca ser desprezada, desde que a consideremos como o que realmente é: matéria-prima, base de trabalho, instrumento a ser aplicado a análises racionais de cenário e que fundamenta a tomada de decisões. Utilizá-la automaticamente, como uma pré-qualificação costuma ser o primeiro passo para o desastre...
Fato é, porém, que os profissionais verdadeiramente experientes levam isso em consideração. Usam essa bagagem para identificar semelhanças, alternativas, possibilidades. Nunca como panacéia. Quantas vezes já não vimos instituições aplicando as mesmas fórmulas que deram certo num passado nem assim tão distante e que de repente não funcionam mais? Como utilizar, para os primeiros esclarecimentos, um líder de opinião inadequado – embora eficaz, em outros tempos – por não perceber que o perfil de seu público mudou, por exemplo.
A estratégia, esta continua plenamente válida. Mas não pode ser aplicada cegamente. Tem que ser revista, atualizada e a tática – esta sim – permanentemente revista. Caso contrário, de nada valerá a experiência, engessada, cristalizada pela falsa certeza.
Flávio Valsani é Diretor Executivo da LVBA Comunicação
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
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